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2 de novembro de 2010

FRATURA DO OSSO TEMPORAL COM PNEUMOLABIRINTO E LUXAÇÃO INCUDOMALEOLAR

TC Axial e Coronal Janela de CAI. As setas indicam a linha de fratura oblíqua que se estende desde a porção posteroinferior da mastóide até as lâminas pterigóides do osso esfenóide homolateral. Note que as células da mastóide encontram-se parcialmente obliteradas por material com densidade de partes moles de natureza inespecífica (possivelmente sangue).

TC Multiplanar Janela de CAI. As setas indicam a presença de gás no interior do labirinto. Note o interior do labirinto com densidade heterogênea na dependência de componente com densidade de gás e material isodenso. Este aspecto de imagem configura pneumolabirinto: complicação pós-trauma do osso temporal.

TC Multiplanar Janela de CAI. Além do Pneumolabirinto, evidenciado na foto anterior, registra-se outra complicação do trauma de osso temporal: luxação da articulação incudomaleolar. A seta amarela indica presença de "gap" entre as cabeças do martelo e da bigorna, onde deveriam exisitir superfícies articulares em íntimo contato. A seta branca indica a cabeça da bigorna, enquanto a cabeça do martelo encontra-se desviada medialmente (seta pontilhada).

26 de setembro de 2010

CONCHA SUPERIOR BOLHOSA

TC Coronal Janela Óssea. Paciente jovem com suspeita de rinossinusopatia inflamatória.

Quando falamos em "concha bolhosa" é quase automático pensar na concha média. Pois bem, este paciente tinha concha média e meato médio sem alterações bilateralmente. Além disso, os seios paranasais estavam livres.

Note que a concha superior encontra-se aerada em ambos os lados, ligeiramente mais volumosa à esquerda. Outro aspecto relevante é a obliteração bilateral do meato superior/recesso olfatório por material com densidade intermediária.


Ampliação TC coronal Janela Óssea. As setas vermelha e amarela indicam respectivamente a concha superior bolhosa e a obstrução da via aérea por material com densidade intermediária. Variante anatômica digna de nota.

Aspecto importante é a obstrução do meato. Note que os meatos médio e inferior encontram-se livres.

Uma condição fisiológica bem evidente neste exame é o ciclo nasal da mucosa. Note que a espessura da mucosa dos meatos do lado direito é maior do que o lado esquerdo. No entanto, não existe obliteração de via aérea o irregularidade da superfície mucosa, aspecto típico do ciclo nasal.

4 de setembro de 2010

HEMANGIOMA DO MÚSCULO TEMPORAL

TC Axial. Paciente do sexo masculino, 41 anos, diabético, admitido no pronto atendimento com queixa de cefaléia há menos de 12 horas e sem outros sintomas associados. Em sua história pregressa havia o relato de severa baixa da acuidade visual à direita por conta de trombose da veia retiniana. Sem mais dados positivos.

Na imagem acima, vemos um estudo TC de crânio nas fases pré (acima) e pós-contraste (abaixo). A seta amarela aponta lesão extracraniana bem definida, ovalada, hipodensa e homogênea, que parece ocupar o espaço relativo ao músculo temporal (compare com o lado oposto e observe o aspecto normal das fibras do músculo temporal direito). Na fase pós-contraste (seta pontilhada), evidencia-se marcado realce homogêneo da lesão, predominantemente central.

TC Coronal Janela de Partes Moles. A seta azul na fase pós-contraste evidencia lesão bem definida e com marcado realce homogêneo. A seta azul pontilhada demonstra o aspecto homogêneo e hipodenso da imagem na fase pré-contraste. As setas amarelas delineiam a fáscia temporal abaulada lateralmente e que se insere inferiormente no processo coronóide da mandíbula.

TC Sagital Janela de Partes Moles. Nas fases pré (acima) e pós-contraste (abaixo) fica claro o realce intenso da lesão.

TC axial Janela Óssea (acima) e Janela de Partes Moles (abaixo). Note que não existem alterações das estruturas ósseas adjacentes à referida imagem.


TC Coronal Janela de Partes Moles. A seta branca indica o arco zigomático. As áreas amarela e vermelha correspondem aos compartimentos infra e suprazigomático do espaço mastigador, respectivamente.

A imagem demonstrada consiste em uma lesão bem definida e captante, localizada no compartimento suprazigomático do espaço mastigador esquerdo. Hemangioma na topografia do músculo temporal.

Geralmente, quando se fala em espaço mastigador, logo vem na mente a imagem do ângulo da mandíbula em contato com o ventre do masseter e músculo pterigóide medial. Pois bem, nunca devemos esquecer que o espaço mastigador não se resume ao compartimento infrazigomático.

Esta lesão foi um achado de exame e não tem relação direta com a queixa de cefaléia do paciente.

6 de julho de 2010

ANOMALIA DE MONDINI COM SÍNDROME DO AQUEDUTO VESTIBULAR LARGO

Paciente de 03 anos, sexo masculino, com quadro de perda auditiva sem história de infecção associada. Relata a responsável ter percebido que a criança tinha "dificuldade para escutar". Tal suspeita foi feita também pela professora na escola. Ao estudo audiométrico foi evidenciado "perda moderada".

Para melhor visualização dos achados de TC, nas imagens abaixo usamos duas colunas: uma relativa ao nosso exame (coluna do paciente) e outra relativa a um estudo tomográfico normal para comparação (estudo normal).


Paciente x Estudo normal
TC axial janela de CAI. Podemos comparar um estudo normal de controle (coluna do lado direito) com o estudo do nosso paciente (coluna do lado esquerdo). A seta azul evidencia a espira basal da cóclea no exame normal. Note que em nosso estudo a espira basal da cóclea tem aspecto semelhante ao controle, sem alterações. Em cortes superiores, as setas longa e pontilhada mostram respectivamente o aspecto habitual do ápice e da espira média da cóclea. Neste caso, compare e observe que em nosso paciente não podemos definir os limites entre o ápice e a espira média da cóclea. A seta curta no exame de controle evidencia o modíolo normal, enquanto em nosso caso o modíolo está hipoplásico e mal visualizado. Estas imagens indicam defeito da partição da cóclea, com hipoplasia do modíolo e sem envolvimento da espira basal.


Estudo normal x Paciente
TC coronal janela de CAI. Novamente temos um estudo de controle (lado esquerdo). A seta indica a cóclea com indefinição dos limites entre as espiras média e ápice (compare com o exame normal). Defeito de partição da cóclea.


Estudo normal x Paciente
TC axial (acima) e coronal (abaixo) com janela de CAI. Na coluna do lado esquerdo (estudo normal para comparação), as setas verdes indicam o aspecto tomográfico habitual do aqueduto vestibular. No lado direito, observamos o nosso caso com as setas amarelas evidenciando aqueduto vestibular largo (compare com o canal semicircular adjacente).

Estamos diante de um caso de anomalia ou displasia de Mondini associada a síndrome do aqueduto vestibular largo. Esta combinação é frequente.

9 de junho de 2010

CARCINOMA DE NASOFARINGE

Sequência T1 pós-gadolínio coronal e axial. Lesão expansiva captante que determina marcada assimetria da nasofaringe (seta). A seta pontilhada destaca a olbiteração do recesso faríngeo (fossa de Rosenmuller). Compare com o lado oposto.

Sequência T2 FatSat axial de cima para baixo. As setas pontilhadas evidenciam o acúmulo de líquido nas células da mastóide: otite média serosa secundária à obstrução da tuba auditiva (trompa de Eustáquio) pelo tumor da nasofaringe. A seta curta destaca a lesão expansiva que determina assimetria da nasofaringe. A seta longa no plano mais inferior revela a presença de linfonodo retrofaríngeo lateral aumentado (de Rouvière).

Em ambas as sequências é possível notar que a lesão encontra-se restrita à nasofaringe, sem extensão para a fossa nasal ou mucosa da orofarínge. Por outro lado, também não se observa invasão do espaço parafaríngeo e tampouco envolvimento ósseo. Por fim, nota-se linfonodo retrofaríngeo homolateral aumentado.

11 de abril de 2010

TUMOR SOGRA - MENINGEOMA

Não se assustem, em momento algum estou desejando esta lesão para as nossas sogras. Alguns autores chamam esta lesão desta forma por seu padrão de realce durante as angiografias. Trocando em miudos: se você chama a sua sogra para jantar, ela é a primeira a chegar (realce precoce e intenso) e a última a sair (permanece com realce mais tempo).



TC, sem contraste, imagem nodular isodensa com alguns focos de calcificação.



Após a infusão endovenosa da substância contrastante, observamos intenso realce.



Plano coronal, com melhor caracterização topográfica, relacionada a grande asa do esfenóide.



Fase mais tardia com exuberante realce.

Ah, a minha sogra é ótima!
Todas são! rs!

18 de março de 2010

CEFALÉIA! EM QUEM?

Paciente do sexo masculino 29 anos evoluindo com cefaléia constante há cerca de 2 semanas. Optamos por administrar a substância contrastante. A despeito da faixa etária o paciente apresentava discretas calcificações parietais nas porções visibilizadas das artérias vertebrais e sifões carotídeos.



Tomografia com contraste, plano axial, observamos falha de enchimento parcial na artéria basilar (seta vermelha).



Imagem anterior magnificada com melhor caracterização da lesão (seta vermelha).



Plano sagital, ao nível da artéria basilar, onde observamos possível "flap" ao longo da artéria basilar. Wait a minute! Em algum lugar do passado, ouvi uma frase sábia: no ser humano, nada é reto!

Olhe a imagem seguinte.



As setas amarelas demonstram uma linha hipoatenuante que passa ao longo do eixo longitudinal do crânio!!!!!
Simplesmente ou melhor, de forma extremamente complicada: UM ARTEFATO!

Dizem que o ser humano enxerga melhor no plano horizontal, seria por causa das caçadas, talvez para identificar melhor a vítima em um descampado ou talvez para identificar um predador e dar no pé, de uma forma ou de outra, segue a mesma imagem com um giro de 90 graus. O artefato descrito agora encontra-se no plano horizontal.



Ficou mais fácil?

Em quem está a dor de cabeça? Muito legal, não acham?

Segue um link de uma arquivo pdf bem legal que descreve de forma sucinta os principais artefatos em tomografia e como resolvê-los.

Clique aqui para baixar o arquivo.

6 de março de 2010

PANICULITE MESENTÉRICA

Paciente do sexo feminino queixando-se de or abdominal mal definida há cerca de três meses.



Tomografia, plano axial, onde individualizamos adensamento da gordura mesentérica na presená de linfonodos mesentéricos com dimensões limítrofes. Observe o adensamento da gordura adjacente aos vasos e aos linfonodos mesentéricos com fino halo de gordura preservada entre a estrutura e o adensamento, caracterizando o "sinal do halo" (setas). Sinal associado a patologia descrita.



Tomografia, plano coronal com melhor caracterização dos sinal descrito anteriormente.



Plano sagital com adensamento da gordura mesentérica. Vê-se também, uma variação anatômica da origem da artéria mesentérica superior que origina-se conjuntamente com o tronco celíaco (Tronco Celíaco-Mesntérico).

Paniculite mesentérica, também chamada de Mesenterite Fibrosante Crônica, é uma patologia rara de etiologia desconhecida caracterizada por alterações fibrogordurosas do mesentério do intestino delgado. Apresenta associação com inúmeras patologias, dentre elas: Síndrome de Gardner (polipose familiar, Fibrose Retroperitoneal, Linfoma, Tumor Carcinóide, Metástases Gástrica e Colônica, Lipodistrofia de Whipple, Isquemia, Trauma, Cirurgia Prévia...

14 de fevereiro de 2010

CEFALOCELE OCCIPTAL ATRÉSICA

Paciente de 53 anos com queixa de cefaleia. Pois bem, no plano sagital com janela de partes moles moles observa-se falha de continuidade óssea na região occiptal. Além disso, o espaço subaracnóide da fossa posterior encontra-se alargado, com aparente inserção alta da confluência dos seios, sem alteração na forma do IV ventrículo.

Sagital Janela de Partes Moles (Mesma imagem magnificada). A seta indica tecido com densidade de partes moles que passa através da falha óssea, provavelmente de natureza fibrótica. Note também que a dura se insinua levemente no orifíco interno da imagem.

Axial Janela Óssea.

Sagital. A Seta indica a confluência dos seios com inserção alta.

Este aspecto de imagem é compatível com uma forma frustra de cefalocele, denominada cefalocele atrésica. Assim como nas outras formas de cefalocele, é comum associação deste achado com variações anatômicas da drenagem venosa, disgenesia de corpo caloso, etc.

Neste caso, além da inserção alta da confluência dos seios, não havia veia de galeno, estando as veias cerebrais internas em contato direto com o seio reto.

3 de fevereiro de 2010

COLESTEATOMA DA PARS TENSA

32 anos, sexo feminino, com episódios de otite média desde a infância e perfuração timpânica há alguns anos. Refere que há 02 meses começou a cursas com otorreia sem otite média associada.

Axial Janela de CAI. A seta mostra material com densidade de partes moles que ocupa a orelha e média e porção interna do conduto auditivo externo.

Coronal Janela de CAI. Além do material isodenso, note que o esporão de Chausse (seta) e a cadeia ossicular encontram-se preservados.

Coronal Janela de CAI. A linha imaginária representa o limite da membrana timpânica. Note a contiguidade da lesão da orelha média para o conduto auditivo externo.

Sagital Janela de CAI. A seta mostra a cadeia ossicular com seu aspecto característico em "dente molar" sem evidência de erosão, enquanto o hipo e mesotimpano encontram-se completamente preenchidos.

Coronal Janela de CAI. O canal semicircular lateral também não exibe alterações.

Diante desta história de otorréia sem otite média associada e relato de perfuração timpânica prévia, deve-se levantar a hipótese de colesteatoma da pars tensa em situação predominantemente anteroinferior.

Este caso nos demonstra a importância da história clínica.
E se alguém pergunta:
"Esta imagem poderia representar tecido de granulação ou material inflamatório?"
Resposta: Claro que sim!
A tomografia sem contraste particamente não tem capacidade de distinguir a natureza de uma imagem que ocupa a orelha média, salvo em casos de lesão vascular ou hipercaptante. O que nos faz pensar mais em uma situação do que em outra, inclusive incluir colesteatoma entre as suspeitas diagnósticas, é a topografia da lesão, a história clínica e achados adicionais como erosão óssea, por exemplo.
Obviamente em situações como um colestatoma de pars flácida que promove erosão de cadeia ossicular e do esporão de Chausse, fica muuuuuito mais fácil se definir o diagnóstico até mesmo sem história clínica, apenas pela característica tomográfica da lesão. Já no caso de lesões adquiridas que envolvem a pars tensa, relacionadas a perfuração timpânica prévia, o padrão nem sempre é tão rico e a história clínica é imprescindível, uma vez que a erosão óssea característica dos colesteatomas pode ainda não estar evidente.

Costumamos levantar a suspeita, indicar sítios de envolvimento (seio timpânico, recesso epitimpânico, etc) e relatar erosão óssea se estiver presente. Levar a história em consideração é fundamental na availação de exames de mastóide.

Em um exame como este, num paciente com esta história, colesteatoma de pars tensa é uma hipótese possível, deve ser correlacionada com os dados do exame e pode ser confirmada através do estudo RM. Na verdade, a suspeita clínica do otorrino já era de colesteatoma e o exame foi solicitado para avaliar a extensão da lesão e se existia erosão óssea. Por outro lado, ainda que seja confirmado colesteatoma, nada impede que exista material fibrocicatricial ou de natureza inflamatória em associação ao componente queratinoso. Moral da história, se você quer saber se este caso é mesmo um colesteatoma e qual a real dimensão deste colesteatoma, o melhor exame seria ressonância magnética com técnica de difusão non-EPI. Nestes casos o melhor exame é a ressonância.

Os colesteatomas se dividem em congênitos (2%) e adquiridos (98%). Entre os colesteatomas adquiridos aproximadamente 20% é da pars tensa, entre os colesteatomas da pars tensa 20% são do tipo anteroinferior.

24 de janeiro de 2010

OTOESPONGIOSE (OTOESCLEROSE)

Alguma coisa te chama a atenção na imagem acima?

Axial Janela de CAI. Sexo feminino, 35 anos, com história de perda auditiva progressiva há cerca de 5 anos e sem relato de otite média. Não temos maiores informações a respeito do exame físico da paciente, por isso não podemos afirmar se a perda audtiva era do tipo neurossensorial, de condução ou mista. A única informação que obtivemos foi "Perda auditiva há 5 anos sem história de otite média associada".


Coronal Janela de CAI. Pois bem, se a primeira foto te fez pensar que era um exame normal, agora a seta amarela e o FOV reduzido nos mostra que existe uma clara zona de redução da densidade óssea na topografia da região imediatamente anterior à janela oval da orelha direita, chamada fissula ante fenestram.

Axial Janela de CAI. O FOV reduzido e a seta amarela evidenciam a zona de redução de densidade, espongiose óssea, que se estende desde a topografia da fissula ante fenestram até a margem óssea da espira média da cóclea.

MPR Sagital obliquo Janela de CAI. De fora para dentro vemos o osso estapédio (Seta branca) nas proximidades da janela oval. A seta vermelha mosta a zona de espongiose óssea anterior à janela oval, na topografia da fissula ante fenestram. Corte mais medial mostra que a área de rarefação da densidade óssea segue a parede anterior do vestíbulo (Setas amarela e vermelha pontilhada).

Axial Janela Óssea (Mais Fechada). Manipulando a janela tomográfica conseguimos visualizar melhor a lesão.

A otoesclerose caracteristicamente é diagnósticada através de achados clínicos (Perda auditiva de condução com membrana timpânica normal e sem história de otite média). O sinal de Schwartze no exame otoscópico reflete o aumento da vascularidade na região do promotório.

A otoesclerose costuma ser duas vezes mais comum em mulheres do que homens, e tem início de sintomas geralmente em pacientes de meia idade.

É importante ressaltar que mínima rarefação da densidade óssea na fissula ante fenestram de pacientes sem queixas e sem suspeita clínica é um achado de natureza incerta, não necessariamente relacionado com sintomas de perda auditiva no futuro.

O termo "fenestral" se refere a otoespongiose que envolve a janela oval, sendo a região da fissula ante fenestram a área mais frequentemente acometida. A fissula ante fenestram corresponde a o tecido conectivo que se localiza entre a janela oval o processo cocleariforme. Quando existe envolvimento ósseo pericoclear, costuma se chamar otoesclerose "coclear".

Várias são as tentativas de classificação tomográfica da otoesclerose. De acordo com a classificação proposta por Symons e Fanning, este caso acima descrito corresponde ao tipo 2B, isto é, lesão que envolve a fissula e se estende até a espira média da cóclea.

Como diria Tolstoi, Caetano e Gentil: "De perto ninguém é normal". Pois bem, à partir desta brilhante frase, podemos também afirmar que "de longe todas as mastoides são normais". Por isso, exame de mastóide é sinônimo de FOV pequeno e calma.




CT Grading of Otosclerosis
AJNR Am J Neuroradiol 30:1435–39 - Aug 2009

T.C. Lee
R.I. Aviv
J.M. Chen
J.M. Nedzelski
A.J. Fox
S.P. Symons


BACKGROUND AND PURPOSE: The CT grading system for otosclerosis was proposed by Symons and Fanning in 2005. The purpose of this study was to determine if this CT grading system has high interobserver and intraobserver agreement.

MATERIALS AND METHODS: All 997 petrous bone CTs performed between December 2000 and September 2007 were reviewed. A total of 81 subjects had CT evidence of otosclerosis on at least 1 side; 68 (84%) had bilateral disease. Because otosclerosis was clinically suspected in both ears of all 81 subjects even if CT evidence was only unilateral, both petrous bones (162 in total) were included. Two blinded neuroradiologists independently graded disease severity using the Symons/Fanning grading system: grade 1, solely fenestral; grade 2, patchy localized cochlear disease (with or without fenestral involvement) to either the basal cochlear turn (grade 2A), or the middle/apical turns (grade 2B), or both the basal turn and the middle/apical turns (grade 2C); and grade 3, diffuse confluent cochlear involvement (with or without fenestral involvement). One reviewer repeat-graded the petrous bone CTs to determine intraobserver agreement with a 7-month intervening delay to mitigate recall bias.

RESULTS: There were 154 agreements (95%) comparing the first grading of reviewer 1 with that of reviewer 2 (0.93). When the repeat 7-month delayed grading of reviewer 1 was compared with that of reviewer 2, there were 151 (93%) agreements (0.90). Therefore, mean interobserver
agreement was excellent (mean 0.92). There were 155 agreements (96%) comparing the original
grading of reviewer 1 with the delayed grading (0.94), demonstrating excellent intraobserver agreement.

CONCLUSIONS: A recently published CT grading for otosclerosis on the basis of location of involvement yielded excellent interobserver and intraobserver agreement.

21 de janeiro de 2010

EDEMA PULMONAR POR PRESSÃO NEGATIVA (EPPN)

Paciente de 34 anos deu entrada no centro cirúrgico para colocação de implantes mamários. Não possuía antecedentes de doenças e não estava em uso de medicações. Imediatamente após a extubação a paciente apresentou dispnéia súbita e crepitações pulmonares.
Foi feita a suspeita diagnóstica de embolia pulmonar, sendo a paciente encaminhada para realização de Angiotomografia de Tórax, que foi negativa para TEP, mas com os seguintes achados:

Imagem axial no nível da carina com janela de pulmão, evidencia opacidades em vidro-fosco, bilaterais, centrais, em meio as quais se observa espessamento de septos intralobulares - padrão pavimentação em mosaico. Implantes mamários em parede torácica anterior.

Imagem MPR coronal, janela de pulmão destaca o maior comprometimento de campos pulmonares superiores e médios e a preservação do córtex pulmonar.

O EPPN secundário a obstrução das vias aéreas superiores após extubação é pouco diagnosticado ,com poucos casos publicados, sendo mais comum em homens jovens e saudáveis, pois são mais capazes de criar grandes diferenças de pressão negativa. O fechamento da glote durante inspiração profunda, gera pressão subatmosférica intratorácica, o que permite a transudação de líquido para o alvéolo.

O raio x de tórax mostra edema com padrão alvéolo-intersticial difuso, bilateral, centralizado, com pedículo pulmonar alargado e área cardíaca normal. Poucos relatos na literatura descrevem o padrão dos achados à TC , decerto pela instalação aguda dos sintomas. No EPPN estão descritas as opacidadese em vidro-fosco com diposição peri-hilar, poupando a cortical pulmonar, e maior envolvimento de campos pulmonares superiores e médios.

O prognóstico é bom, com melhora nas primeiras 24 horas. Deve-se pensar em EPPN sempre que pacientes evoluem com sintomas de insuficiência respiratória pós-extubação.

No caso apresentado, a paciente apresentou melhora em 24 horas. A possibilidade de TEP era baixa, já que não apresentava fatores de risco e a instalação dos sintomas foi imediata a extubação. As alterações pulmonares descritos nesta paciente, caracterizanm padrão de pavimentação em mosaico, raramente é descrito no edema pulmonar hidrostático. Ele foi o único achado observado nesta paciente.

20 de janeiro de 2010

DEPOSIÇÃO DE HIDROXIAPATITA NA INSERÇÃO DO LONGUS COLLI

29 anos, sexo feminino, história de cervicalgia de início súbito relacionada ao movimento há cerca de 07 dias, associada a episódio de vômito, odinofagia e dor no ouvido direito. Antes do pronto atendimento hospitalar, procurou otorrinolaringologista que não evidenciou alteração no exame otoscópico. Seus antecedentes médicos são negativos e existia um relato da paciente informando que o médico teria identificado um "abaulamento na região cervical superior direita e teria dito que era um linfonodo aumentado".
Axial Janela de Partes Moles. A seta indica calcificação amorfa na linha média do espaço pré-vertebral, entre C1 e C2, adjacente ao tubérculo anterior do atlas.


Axial Janela de Partes Moles e Janela Óssea. As setas evidenciam melhor a referida imagem de calcificação amorfa anterior ao processo odontoide de C2.

Sagital Janela Óssea. Note a localização típica da calcifcação entre C1 e C2, justamente no sítio de inserção dos tendões oblíquos superiores dos músculos Longus Colli no tubérculo anterior de C1.

Janela Óssea nos 3 planos. As setas indicam imagem calcificada, que corresponde a deposição de hidroxiapatatita no tendão do Longus Colli.

Tendo em vista a história de cervicalgia de início súbito, considerou-se a suspeita diagnóstica de tendinite calficante aguda do longus colli.

Esta entidade constuma se apresentar com início súbito de cervicalgia relacionada ao movimento, odinofagia e pode estar associada ou não a febrícula.

Vale ressaltar que esta entidade exibe acúmulo de líquido inflamatório no espaço retrofaríngeo, o que pode ser confundido com abscesso retrofarínge. Porém, nesta paciente, não evidenciamos quantidade significativa de líquido retrofaríngeo ao estudo TC. Por isso, sugerimos um estudo RM.

Ahhh... não foi confirmado linfonodomegalia e os demais aspectos de imagem tomográfica e ecográfica estavam normais, assim como o estudo de coluna cervical.

10 de janeiro de 2010

MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA

Paciente do sexo feminino, jovem, nos procurou com pedido de Angiotomografia da Face. Estranho, não é todo dia que chega este tipo de pedido. No entanto é fácil entender o motivo do exame ao ver esta reconstrução volumétrica. Trata-se de uma paciente do sexo feminino com história de tumoração na região peri-orbitária e frontal a direita.


Neste exame podemos notar a diferença entre o pedido e o exame realizado. Exames da Radiologia Cardiovascular merecem atenção do Médico Radiologista. Não são "receita de bolo". Se tivéssimos feito angiotomografia da face, certamente teríamos que retornar a paciente para refazer o exame.

Malformações arteriovenosas são lesões de fácil identificação, porém extremamente complexas em determinar quais são os ramos vasculares que alimentam a fístula e os ramos que drenam a mesma. Outra característica de grande importância é que o exame angiotomográfico é um exame estático!
Em outras palavras necessitamos de aquisições adicionais e com maior área de cobertura para identificarmos a origem dos vasos. Neste caso ampliamos a área de aquisição, o que foi fundamental para identificar o ramo nutridor.


Reconstrução volumétrica, onde identificamos um grande ramo arterial com origem na artéria carótida externa direita (seta vermelha) que alimenta a malformação arterio-venosa e os ramos venosos que drenam a maior parte da mesma (veia jugular externa - seta azul). As setas lilás e verde demonstram a veia jugular interna e a malformação propriamente dita respectivamente. Coexistem drenagens venosas para veias oftálmicas e veias superficiais da calota craniana (não evidenciadas no presente estudo).


Reconstrução volumétrica. Ramo arterial de grosso calibre com origem na artéria carótida externa direita (seta vermelha). Ramos venosos que drenam a maior parte do fluxo vascular para a veia jugular externa.

Malformações arterio-venosas são sempre um desafio, seja no diagnóstico, seja no tratamento. O que podemos fazer enquanto radiologistas é um exame o mais completo possível com o maior número de reconstruções na tentativa de identificar a maior parte dos ramos que alimentam e drenam esta patologia.