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21 de janeiro de 2010

EDEMA PULMONAR POR PRESSÃO NEGATIVA (EPPN)

Paciente de 34 anos deu entrada no centro cirúrgico para colocação de implantes mamários. Não possuía antecedentes de doenças e não estava em uso de medicações. Imediatamente após a extubação a paciente apresentou dispnéia súbita e crepitações pulmonares.
Foi feita a suspeita diagnóstica de embolia pulmonar, sendo a paciente encaminhada para realização de Angiotomografia de Tórax, que foi negativa para TEP, mas com os seguintes achados:

Imagem axial no nível da carina com janela de pulmão, evidencia opacidades em vidro-fosco, bilaterais, centrais, em meio as quais se observa espessamento de septos intralobulares - padrão pavimentação em mosaico. Implantes mamários em parede torácica anterior.

Imagem MPR coronal, janela de pulmão destaca o maior comprometimento de campos pulmonares superiores e médios e a preservação do córtex pulmonar.

O EPPN secundário a obstrução das vias aéreas superiores após extubação é pouco diagnosticado ,com poucos casos publicados, sendo mais comum em homens jovens e saudáveis, pois são mais capazes de criar grandes diferenças de pressão negativa. O fechamento da glote durante inspiração profunda, gera pressão subatmosférica intratorácica, o que permite a transudação de líquido para o alvéolo.

O raio x de tórax mostra edema com padrão alvéolo-intersticial difuso, bilateral, centralizado, com pedículo pulmonar alargado e área cardíaca normal. Poucos relatos na literatura descrevem o padrão dos achados à TC , decerto pela instalação aguda dos sintomas. No EPPN estão descritas as opacidadese em vidro-fosco com diposição peri-hilar, poupando a cortical pulmonar, e maior envolvimento de campos pulmonares superiores e médios.

O prognóstico é bom, com melhora nas primeiras 24 horas. Deve-se pensar em EPPN sempre que pacientes evoluem com sintomas de insuficiência respiratória pós-extubação.

No caso apresentado, a paciente apresentou melhora em 24 horas. A possibilidade de TEP era baixa, já que não apresentava fatores de risco e a instalação dos sintomas foi imediata a extubação. As alterações pulmonares descritos nesta paciente, caracterizanm padrão de pavimentação em mosaico, raramente é descrito no edema pulmonar hidrostático. Ele foi o único achado observado nesta paciente.

3 de janeiro de 2010

HISTIOCITOSE PULMONAR DE CÉLULAS DE LANGERHANS

Paciente de 42 anos, sexo feminino, previamente sadia, encaminhada para realização de Tomografia Computadorizada de Tórax para avaliação de tosse seca e dispnéia progressiva com cerca de três meses de duração, sem quaisquer outros sintomas. É fumante de 20 anos-maço, tendo iniciado o uso do tabaco aos 20 anos de idade. Não havia história de exposição a poeiras ou produtos químicos.

Coronal MPR com janela para pulmão mostra presença de nódulos, nódulos cavitados, cistos de tamnahos distintos e sinais de enfisema centrolobular.


Axial com janela para pulmão, evidencia além de nódulos cavitados, cistos, opacidades reticulares e em vidro-fosco.


Coronal MPR com janela de pulmão demonstra presença de cistos de tamanhos distintos, além de nódulos cavitados. Destaca-se, também o não comprometimento das bases pulmonares.

O termo histiocitose de células de Langerhans refere-se a um grupo de doenças de etiologia desconhecida, muitas vezes descoberta na infância, caracterizada pelo acúmulo de células de Langerhans, envolvendo um ou mais órgãos, incluindo ossos, pulmão, hipófise, membranas mucosas, pele, linfonodos e fígado. É também conhecida como histiocitose X ou granuloma eosinofílico. O termo histiciotose pulmonar de células de Langerhans (HPCL) refere-se a doença nos adultos, que geralmente afeta o pulmão de forma isolada.
Noventa por cento da população de adultos com HPCL são fumantes ou ex-fumantes. Apresenta pico de incidência aos 20-40anos de idade. Homens e mulheres são igualmente afetados. Até 25% dos pacientes são assintomáticos, sendo a doença detectada em estudos de imagem. Os sintomas mais comuns são tosse seca e dispnéia. Sintomas outros como perda de peso, febre, sudorese noturna e anorexia podem correr em até um terço dos pacientes, e 10% apresentam pneumotórax espontâneo.
As radiografia de tórax evidenciam opacidades retículo-nodulares predominantemente na parte superior dos pulmões. Os volumes pulmonares estão preservados.
A Tomografia de Tórax de Alta Resolução é sensível e específica para o diagnóstico. O achado característico é a combinação de nódulos e cistos, distribuídos em campos pulmonares superiores e médios, poupando as bases. No início da doença os nódulos apresentam distribuição peribronquiolar. Estudos longitudinais demonstram a evolução das lesões detectadas pela Tomografia. Nódulos sólidos progridem para nódulos cavitados, em seguida para cistos de paredes espessas e finalmente para cistos de paredes finas e irregulares, de tamanhos variados. Opacidades reticulares e em vidro-fosco também podem ser visibilizadas.