31 de março de 2010

DOENÇA INTERSTICIAL DO PULMÃO

Tenho acompanhado este Blog DIFFERENTIAL DIAGNOSIS IN RADIOLOGY e sempre tenho encontrado bons posts. Na última postagem o autor fez um resuminho bem legal sobre doença intersticial. Vale a pena conferir e guardar no Bolso! Clique aqui para ir ao post.

27 de março de 2010

FEIJÃO, ARROZ E BATATA FRITA

Pegando uma carona no último post. (CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)
Esta imagem foi tirada do Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/File:Scalp_hematomas.jpg) e ilustra muito bem os espaços anatômicos intra e extracranianos. Além do artigo da radiographics - super didático -, acho que esta imagem também ajuda bastante na diferenciação dos tipos de coleção intra e extracraniana, muitas vezes relacionadas a procedimentos cirúrgicos prévios. Coisas da rotina radiológica mesmo. Daí, além do feijãozinho com arroz, não esqueça da batata frita.

FEIJÃO COM ARROZ

No último número da Radiographics tem um artigo bem legal sobre imagem do pós-operatório do crânio. Quem trabalha em Hospital sabe que esse tipo de exame é rotina. O artigo descreve a anatomia normal, os principais tipos de cirurgia e o mais importante, o que devemos reportar.

Imaging of the Post-operative Cranium1

  1. Audrey G. Sinclair, MBBCh, MRCP, FRCR and
  2. Daniel J. Scoffings, MBBS, MRCP, FRCR

+ Author Affiliations

  1. 1From the Department of Radiology Addenbrooke’s Hospital, Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust, Hills Road, Cambridge CB2 0QQ, England
  1. Address correspondence to
    D.J.S. (e-mail: daniel.scoffings@addenbrookes.nhs.uk).

Abstract

Imaging plays an essential role in the evaluation of patients after cranial surgery. It is important to be familiar with the normal anatomy of the cranium; the indications for different surgical techniques such as burr holes, craniotomy, craniectomy, and cranioplasty; their normal postoperative appearances; and complications such as tension pneumocephalus, infection, abscess, empyema, hemorrhage, hematoma, herniation, hygroma, and trephine syndrome. Postoperative infection and hemorrhage are common to all neurosurgical procedures, where-as other complications are peculiar to certain procedures (eg, drill “plunging” during burr hole creation and sinking skin flap after craniec-tomy). Recognizing life-threatening complications such as tension pneumocephalus and paradoxical herniation, which require urgent intervention, is important for a better clinical outcome. Computed tomography is fast, cost effective, and easily accessible for first-line imaging. Magnetic resonance imaging has higher sensitivity for detecting postoperative infection and ischemia, but diffusion-weighted imaging may be less reliable for detecting postoperative infections.


http://radiographics.rsna.org/content/30/2/461.full

26 de março de 2010

SESSÃO JORGE VALENTE

Ontem inauguramos o nosso ciclo de sessões mensais do setor de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital Jorge Valente. O Dr. Daniel Pedral fez uma excelente exposição sobre Doppler Venoso com ótimas dicas. Em seguida, Dra Carolina Neves comentou alguns dos artigos mais relevantes da Radiologia Torácica nos últimos seis meses com novidades sobre nódulos sólidos e parcialmente sólidos do pulmão.

A próxima sessão ocorrerá no dia 14/04/2010 no Auditório do Hospital Jorge Valente (Anexo Pediatria) e terá como tema " Pneumonia por Hipersensibilidade & Pneumonia Criptogênica – Dra. Carolina Neves" com Artigos do Mês sob a responsabilidade de Dra. Cristiane Possobom.



Confraternização após a sessão.



Parabéns a Fernanda pelo excelente Coffee Break que marca as nossas sessões. Quem tiver alguma dúvida da qualidade, pode perguntar a Bia! rs.



18 de março de 2010

CEFALÉIA! EM QUEM?

Paciente do sexo masculino 29 anos evoluindo com cefaléia constante há cerca de 2 semanas. Optamos por administrar a substância contrastante. A despeito da faixa etária o paciente apresentava discretas calcificações parietais nas porções visibilizadas das artérias vertebrais e sifões carotídeos.



Tomografia com contraste, plano axial, observamos falha de enchimento parcial na artéria basilar (seta vermelha).



Imagem anterior magnificada com melhor caracterização da lesão (seta vermelha).



Plano sagital, ao nível da artéria basilar, onde observamos possível "flap" ao longo da artéria basilar. Wait a minute! Em algum lugar do passado, ouvi uma frase sábia: no ser humano, nada é reto!

Olhe a imagem seguinte.



As setas amarelas demonstram uma linha hipoatenuante que passa ao longo do eixo longitudinal do crânio!!!!!
Simplesmente ou melhor, de forma extremamente complicada: UM ARTEFATO!

Dizem que o ser humano enxerga melhor no plano horizontal, seria por causa das caçadas, talvez para identificar melhor a vítima em um descampado ou talvez para identificar um predador e dar no pé, de uma forma ou de outra, segue a mesma imagem com um giro de 90 graus. O artefato descrito agora encontra-se no plano horizontal.



Ficou mais fácil?

Em quem está a dor de cabeça? Muito legal, não acham?

Segue um link de uma arquivo pdf bem legal que descreve de forma sucinta os principais artefatos em tomografia e como resolvê-los.

Clique aqui para baixar o arquivo.

17 de março de 2010

RIM EM FERRADURA

Quando eu era residente de Radiologia, me fizeram a seguinte pergunta: por que o rim em ferradura é mais baixo que o habitual.
Agradecendo a pergunta e o ensinamento oferecido naquela época, confeccionei este post com a resposta e uma bela reformatação da mesma. Ah! quem me perguntou sobre o rim em ferradura. Dr. Josilton! (Mestre da Radiologia).




Tomografia, plano axial, observamos o rim em ferradura na porção central do abdome, a frente da aorta e da veia cava inferior. Note a união dos polos renais através de um istmo (seta vermelha).



TC, plano axial, observe a artéria mesentérica superior (seta vermelha) e a artéria mesentérica inferior (seta amarela), você entenderá a o mecanismo anatômico na figura abaixo. Note também, que a aorta (seta verde) encontra-se à direita e a veia cava inferior (seta azul) à esquerda (variação anatômica).



Tomografia, plano sagital, MIP, onde observamos o rim em ferradura ancorado na artéria mesentérica inferior (seta vermelha). Esta é a explicação anatômica para o posicionamento anatômico inferior do rim em ferradura. (Os polos renais unidos não migram adequadamente em função de um obstáculo anatômico). Note também, outra variação anatômica da origem da artéria mesentérica superior que origina-se conjuntamente do tronco celíaco-mesentérico.

That's All Folks!

16 de março de 2010

STATE-OF-THE-ART PAPER

The Present State of Coronary Computed Tomography Angiography
A Process in Evolution

James K. Min, MD*, Leslee J. Shaw, PhD and Daniel S. Berman, MD,*
* Department of Medicine and Radiology, Weill Medical College of Cornell University, The New York Presbyterian Hospital, New York, New York
 Emory University School of Medicine, Atlanta, Georgia
 Cedars-Sinai Medical Center, Los Angeles, California
Manuscript received May 14, 2009; revised manuscript received July 29, 2009, accepted August 4, 2009.

* Reprint requests and correspondence: Dr. Daniel S. Berman, Department of Imaging, Cedars-Sinai Medical Center, 8700 Beverly Boulevard, Room 1258, Los Angeles, California 90048 (Email: bermand@cshs.org).


In the past 5 years since the introduction of 64-detector row cardiac computed tomography angiography (CCTA), there has been an exponential growth in the quantity of scientific evidence to support the feasibility of its use in the clinical evaluation of individuals with suspected coronary artery disease (CAD). Since then, there has been considerable debate as to where CCTA precisely fits in the algorithm of evaluation of individuals with suspected CAD. Proponents of CCTA contend that the quality and scope of the available evidence to date support the replacement of conventional methods of CAD evaluation by CCTA, whereas critics assert that clinical use of CCTA is not yet adequately proven and should be restricted, if used at all. Coincident with the scientific debate underlying the clinical utility of CCTA, there has developed a perception by many that the rate of growth in cardiac imaging is disproportionately high and unsustainable. In this respect, all noninvasive imaging modalities and, in particular, more newly introduced ones, have undergone a higher level of scrutiny for demonstration of clinical and economic effectiveness. We herein describe the latest available published evidence supporting the potential clinical and cost efficiency of CCTA, drawing attention not only to the significance but also the limitations of such studies. These points may trigger discussion as to what future studies will be both necessary and feasible for determining the exact role of CCTA in the workup of patients with suspected CAD.

Key Words: cardiac computed tomography angiography • coronary artery disease • diagnosis
Abbreviations and Acronyms
  CAD = coronary artery disease
  CACS = coronary artery calcium score(s)
  CCTA = cardiac computed tomography angiography
  CT = computed tomography
  ICA = invasive coronary angiography
  MPS = myocardial perfusion scintigraphy
  NPV = negative predictive value
  PPV = positive predictive value

8 de março de 2010

SESSÃO CIENTÍFICA DO NOSSO SERVIÇO (PRIMEIRA DO ANO)


Vamos começar o nosso calendário 2010 de sessões científicas. A idéia é sempre escolher temas relevantes ministrados em aulas de 45 minutos, seguidos de apresentação breve e objetiva de alguns artigos científicos.

Na primeira edição, teremos a apresentação do colega Daniel Pedral, apresentando de maneira dinâmica e objetiva truques e pitfalls do Doppler Venoso. Aula basicamente voltada para a rotina de um serviço de emergência.

Na segunda metade da noite, Dra. Carolina Neves vai comandar a apresentação de artigos.

Estão todos convidados e a entrada é franca.

7 de março de 2010

STENTS X CORONARIAS X DICAS

Como foi dito em post anterior, a angiotomografia das artérias coronárias é um exame que precisa ser bem conduzido para tentarmos ao máximo minimizar a ocorrência de artefatos. Para a avaliação de stents coronários, este cuidado deve ser maximizado.
Stents, por si só, são produtores de artefatos. A estrutura metálica produz artefatos de "Blooming" ou seja ele parece ser maior do que realmente é. Este "brilho" reduz o lumen do stent e gera também, redução da atenuação luminal, aumentando o número de stents não avaliados por tomografia.

Alguns aspectos são determinantes para a melhor avaliação de reestenoses:

- Material da confecção do stent;
- Diâmetro do stent (stents iguais a 3,0 mm ou maiores possuem melhor rendimento);
- Radiação - Geralmente não a aumentamos muito, porém retiro a modulação de dose;
- Filtro (Kernel de reconstrução) - Fundamental a utilização de filtros "duros". A maioria dos fabricantes possui filtros específicos para stent.
- Reconstruções mais finas possíveis com pelo menos 50% de "overlap".
- Evite utilizar técnicas como o MIP. Nesta técnica o material do stent prevalece na reconstrução e a avaliação do lumen torna-se mais difícil.
- Contraste endovesono: utilizar contrastes com alta densidade (370 mg), se possível com fluxos maiores que 5,0ml/s. Rotineiramente utilizo 5,5 ml/s.

Segue um exemplo comparando filtros de reconstrução diferentes em stent pérvio na artéria descendente anterior que apresenta placa mista relacionada a fixação proximal do stent.



Angiotomografia com reconstrução multiplanar. A primeira imagem foi reconstruída com filtro "mole, macio", o que confere ao stent uma margem indefinida (esfumaçada). A segunda imagem reconstruída com filtro "duro" com melhor individualização das margem e do lumen vascular. Stent (seta vermelha), Placa predominantemente calcificada (seta amarela).



Angiotomografia no plano axial do vaso. A primeira imagem foi reconstruída com filtro "mole, macio", o que confere ao stent uma margem indefinida (esfumaçada). Note a "redução" do lúmen do stent. A segunda imagem reconstruída com filtro "duro" com melhor individualização das margem e do lumen vascular.

6 de março de 2010

PANICULITE MESENTÉRICA

Paciente do sexo feminino queixando-se de or abdominal mal definida há cerca de três meses.



Tomografia, plano axial, onde individualizamos adensamento da gordura mesentérica na presená de linfonodos mesentéricos com dimensões limítrofes. Observe o adensamento da gordura adjacente aos vasos e aos linfonodos mesentéricos com fino halo de gordura preservada entre a estrutura e o adensamento, caracterizando o "sinal do halo" (setas). Sinal associado a patologia descrita.



Tomografia, plano coronal com melhor caracterização dos sinal descrito anteriormente.



Plano sagital com adensamento da gordura mesentérica. Vê-se também, uma variação anatômica da origem da artéria mesentérica superior que origina-se conjuntamente com o tronco celíaco (Tronco Celíaco-Mesntérico).

Paniculite mesentérica, também chamada de Mesenterite Fibrosante Crônica, é uma patologia rara de etiologia desconhecida caracterizada por alterações fibrogordurosas do mesentério do intestino delgado. Apresenta associação com inúmeras patologias, dentre elas: Síndrome de Gardner (polipose familiar, Fibrose Retroperitoneal, Linfoma, Tumor Carcinóide, Metástases Gástrica e Colônica, Lipodistrofia de Whipple, Isquemia, Trauma, Cirurgia Prévia...

5 de março de 2010

CISTO COLÓIDE

Paciente do sexo feminino com história de cefaléia.



Tomografia, plano axial, individualizamos imagem arredondada, espontaneamente hiperdensa (seta) medindo cerca de 5,0 mm no teto do terceiro ventrículo.



Tomografia, plano coronal. Observe a topografia (teto do terceiro ventrículo), topografia frequentemente observada para esta patologia.



Tomografia plano Axial.

Achado compatível com Cisto Colóide.

Clique no link para uma breve descrição da patologia: Cisto Colóide.

1 de março de 2010

DEDO PELVICO

Paciente do sexo masculino vítima de politrauma referindo dor intensa na face lateral direita da pelve.



Tomografia, plano axial, individualizamos irregularidade e proeminênicia óssea na face lateral do osso ilíaco, próximo ao acetábulo.



Tomografia, plano coronal. Note a descontinuidade entre a estrutura e o osso ilíaco (pseudo-articulação).



Plano oblíquo, com melhor individualização dos componentes ósseos do dedo pélvico. Note o afastamento do componente ósseo distal que apresenta irregularidade cortical e questionável traço de fratura.



Reconstrução volumétrica, plano coronal.



Reconstrução volumétrica, plano sagital.

Trata-se de uma anomalia congênita rara geralmente assintomática.
Segue um link de um relato de caso com uma boa discussão sobre o tema.
http://bjr.birjournals.org/cgi/content/full/79/945/e106


MORAL DA HISTÓRIA:

Não é todo dia que um trauma direto na pelve "luxa um dedo e quebra a falange distal"