22 de julho de 2010

COMPRE 1 E LEVE 3 VARIANTES DO BULBO JUGULAR

TC Coronal Janela de CAI. Na imagem superior, a seta vermelha aponta a deiscência do bulbo jugular. Note que não existe osso entre a cavidade timpânica e o bulbo jugular. Nesta mesma imagem, a linha horizontal pontilhada, traçada ao nível do assoalho do conduto auditivo externo, serve como limite virtual superior do bulbo jugular. Se o bulbo jugular passa desta linha, pode-se chamar "bulbo jugular alto". Por fim, na imagem inferior, em um plano coronal posterior, a seta amarela revela projeção diverticular do bulbo jugular.

TC Axial Janela de CAI de cima para baixo. A seta amarela mostra a projeção diverticular no bulbo jugular. A seta pontilhada do lado esquerdo mostra o bulbo jugular esquerdo (também alto). A seta vermelha na imagem inferior mostra a deiscência do bulbo jugular (Compare com o bulbo jugular do lado esquerdo, separado da cavidade timpânica por uma limitante óssea bem visualizada).

TC Coronal Janela de CAI. Seta pontilhada evidenciando a deiscência do bulbo jugular alto. Seta do lado esquerdo revela o bulbo jugular alto do lado esquerdo, porém sem deiscência.

TC Coronal Janela de CAI. Imagem ampliada para mostrar o bulbo jugular do lado esquerdo (seta vermehla) e a deiscência do bulbo jugular à direta (seta amarela).

Pois bem, este paciente tem 3 variantes anatômicas do bulbo jugular: bulbo jugular alto bilateral, deiscência de bulbo jugular e divertículo jugular do lado direito. Ainda assim, o paciente era completamente assintomático e realizou o exame apenas por suspeita de otite média.

Este caso revela uma enorme controversia: variantes do bulbo jugular são responsáveis por zumbido? Quem fala contra exibe exemplos como este: uma legião de pessoas com tais variantes e que não tem nenhum sintoma. Outros autores acreditam que as variantes do bulbo jugular podem sim estar relacionadas ao zumbido.

Qual a orientação mais aceita? Se o paciente tem queixa de zumbido e no exame são encontradas variantes do bulbo jugular, o radiologista deve continuar investigando outra causa para o sintoma.

16 de julho de 2010

CRIANÇA COM LACRIMEJAMENTO EXCESSIVO UNILATERAL

TC Axial Janela Partes Moles. A seta vermelha aponta discreta imagem cística na região cantal medial do lado esquerdo.

TC Sagital Janela de Partes Moles. Na imagem superior, observe o aspecto habitual do ducto nasolacrimal do lado direito, parcialmente aerado (Seta vermelha). Na imagem inferior, a seta amarela indica o ducto nasolacrimal do lado esquerdo preenchido por material isodenso e minimamente alargado quando comparado ao lado oposto.

TC Axial Janela de Partes Moles. De cima para baixo vemos os ductos nasolacrimais, levemente dilatado e preenchido por líquido à esquerda (Seta vermelha). Note o ducto nasolacrimal direito com aspecto normal (Seta vermelha pontilhada).
A seta amarela na foto inferior evidencia pequeno aumento de volume na região cantal medial esquerda.
Neste plano fica mais evidente a discreta dilatação do ducto nasolacrimal esquerdo.

Paciente de 01 ano de idade, sexo masculino. Relata a responsável que a criança está "lacrimejando muito no olho esquerdo". Tais achados sugerem obstrução parcial do ducto nasolacrimal esquerdo, decerto por persistência da membrana de Hasner no segmento distal do ducto, com dacriocistocele incipiente na região cantal medial da órbita deste mesmo lado.
Ducto nasolacrimal normal pode estar preenchido por líquido ou parcialmente aerado. Porém, como sempre na radiologia, é preciso se confrontar os achados de imagem com a história clínica. Neste caso temos um ducto levemente dilatado e com correlação clínica positiva. Assimetria dos ductos deve sempre ser levada em conta.

6 de julho de 2010

ANOMALIA DE MONDINI COM SÍNDROME DO AQUEDUTO VESTIBULAR LARGO

Paciente de 03 anos, sexo masculino, com quadro de perda auditiva sem história de infecção associada. Relata a responsável ter percebido que a criança tinha "dificuldade para escutar". Tal suspeita foi feita também pela professora na escola. Ao estudo audiométrico foi evidenciado "perda moderada".

Para melhor visualização dos achados de TC, nas imagens abaixo usamos duas colunas: uma relativa ao nosso exame (coluna do paciente) e outra relativa a um estudo tomográfico normal para comparação (estudo normal).


Paciente x Estudo normal
TC axial janela de CAI. Podemos comparar um estudo normal de controle (coluna do lado direito) com o estudo do nosso paciente (coluna do lado esquerdo). A seta azul evidencia a espira basal da cóclea no exame normal. Note que em nosso estudo a espira basal da cóclea tem aspecto semelhante ao controle, sem alterações. Em cortes superiores, as setas longa e pontilhada mostram respectivamente o aspecto habitual do ápice e da espira média da cóclea. Neste caso, compare e observe que em nosso paciente não podemos definir os limites entre o ápice e a espira média da cóclea. A seta curta no exame de controle evidencia o modíolo normal, enquanto em nosso caso o modíolo está hipoplásico e mal visualizado. Estas imagens indicam defeito da partição da cóclea, com hipoplasia do modíolo e sem envolvimento da espira basal.


Estudo normal x Paciente
TC coronal janela de CAI. Novamente temos um estudo de controle (lado esquerdo). A seta indica a cóclea com indefinição dos limites entre as espiras média e ápice (compare com o exame normal). Defeito de partição da cóclea.


Estudo normal x Paciente
TC axial (acima) e coronal (abaixo) com janela de CAI. Na coluna do lado esquerdo (estudo normal para comparação), as setas verdes indicam o aspecto tomográfico habitual do aqueduto vestibular. No lado direito, observamos o nosso caso com as setas amarelas evidenciando aqueduto vestibular largo (compare com o canal semicircular adjacente).

Estamos diante de um caso de anomalia ou displasia de Mondini associada a síndrome do aqueduto vestibular largo. Esta combinação é frequente.

1 de julho de 2010

DISSECÇAO AÓRTICA - CLASSIFICAÇÃO

A classificação de Stanford distribui as dissecções nas que envolvem a aorta ascendente a despeito do envolvimento da aorta descendente e as que envolvem apenas a aorta descendente:

Tipo A: Envolvem a aorta ascendente com ou sem envolvimento da aorta descendente.
Tipo B: Aorta descendente apenas.

A classificação de DeBakey apresenta três categorias:

Tipo 1: Ascendente e descendente
Type 2: Apenas a Ascendente
Type 3: Apenas a Descendente

FÍSICA DE RM TEM SALVAÇÃO

Ótima sessão científica com Dr. Daniel Pedral. Na próxima semana teremos a parte II de V.
O tema é super tranquilo: física de ressonância magnética.
Quarta que vem tem mais.
Parabéns Daniel!!