28 de novembro de 2010

GRANULAÇÃO ARACNÓIDE

Imagens de Ressonância Magnética do Crânio da mesma Paciente da postagem anterior



Imagens de RM, a primeira no plano axial pesada em T2, onde observamos a imagem arredondada com alto sinal na topografia do seio transverso / sigmóide (seta vermelha) e a outra no plano coronal pesada em T1, onde observamos a mesma imagem (seta vermelha) com baixo sinal similar ao do liquor.
Imagens gentilmente cedidas por Dra Lívia Mônico

26 de novembro de 2010

TROMBOSE VENOSA PITFALL

Armadilhas diagnósticas são bem comuns na radiologia e muitas vezes tiram o sono dos plantonistas.
Apresentamos neste caso imagens de uma angiotomografia do crânio
Paciente jovem, do sexo feminino com história de cefaléia constante há 5 dias.


Imagem de tomografia computadorizada, plano axial, onde observamos imagem hipoatenuante, circunscrita na projeção do seio venoso transverso / sigmóide à esquerda.




Imagem de tomografia computadorizada, plano coronal. Observe a imagem hipoatenuante (seta vermelha) e a sua relação com a tábua óssea, fornecendo indícios de que trata-se de uma imagem que de alguma forma femodelou o osso, observe também diminuta imagem vascular de permeio (seta amarela), o aspecto descrito é compatível com granulação aracnóide (achado benígno e um dos principais diagnósticos diferenciais da trombose venosa cerebral)

22 de novembro de 2010

A VERDADE DE HOJE É A MENTIRA DE AMANHÃ

Qual o médico que não ouviu ou falou esta frase?
Estamos sempre aprendendo um pouco mais sobre as doenças e este conhecimento, mais exponencial do que nunca, faz com que a frase do título desta postagem torne-se um jargão cada vez mais utilizado.
Nos últimos anos, com o surgimento dos tomógrafos de múltiplas fileiras de detectores foi possível avaliar as artérias coronárias e mensurar o escore de cálcio coronário. Mas a pergunta é a seguinte: o que fazer com estas informações ?
Segue um link bem interessante sobre o assunto do Blog da Medicina Baseada em Evidências com uma excelente discussão científica e acalorada sobre o tema!

É realmente necessário reclassificar indivíduos de risco cardiovascular intermediário?

6 de novembro de 2010

DISSECÇÃO AORTICA TIPO B

Em postagem anterior sobre Classificação das Dissecções Aórticas fizemos um breve resumo das mesmas. Vale a pena relembrar.

A classificação de Stanford distribui as dissecções nas que envolvem a aorta ascendente a despeito do envolvimento da aorta descendente e as que envolvem apenas a aorta descendente:

Tipo A: Envolvem a aorta ascendente com ou sem envolvimento da aorta descendente.
Tipo B: Aorta descendente apenas.

A classificação de DeBakey apresenta três categorias:

Tipo 1: Ascendente e descendente
Type 2: Apenas a Ascendente
Type 3: Apenas a Descendente

Nas próximas imagens ilustramos uma Dissecção Aórtica tipo B.



Reconstrução volumétrica e imagem no plano axial evidenciando-se origem aberrante da artéria subclávia direita como o último grande tronco supra-aórtico (variação anatômica). Por definição as dissecções tipo B envolvem apenas a aorta descendente (distal ao óstio da artéria subclávia esquerda, que na maioria das vezes é o último tronco).

Origem aberrante da artéria subclávia direita - seta azul
Lâmina de dissecção - seta vermelha
Luz falsa - seta verde




Reconstrução MIP espesso no plano sagital oblíquo.
Seta azul - origem da artéria subclávia esquerda - A artéria subclávia direita aberrante não aparece nesta projeção.
Seta verde - lâmina de dissecção
Seta amarela - luz falsa
Seta vermelha - luz verdadeira

Geralmente a luz falsa tem maior calibre e possui um regime de pressão maior. Este regime de pressão associado ao enfraquecimento da lâmina intimal faz com que a mesma seja desviada em direção a luz verdadeira, consequentemente a luz verdadeira apresenta menor calibre. Outra característica da luz falsa é o padrão de fluxo que encontra-se lentificado, favorecendo a ocorrência de tombose e de possíveis embolizações distais para ramos que emergem a partir da luz falsa ou mesmo para ramos que emergem da luz verdadeira, desde que exista orifícios de comunicação entre as luzes.



Tomografia, plano axial.
Seta verde - luz falsa
Seta amarela - trombo mural
Seta vermelha - lâmina de dissecção
Seta azul - luz verdadeira
Seta laranja - orifício de comunicação entre as luzes


Deve-se detalhar a origem dos principais ramos da aorta a partir da luz falsa ou verdadeira, além de demonstrar os possíveis efeitos estenosantes das lâminas de dissecção que podem se insinuar nos óstios, reduzir o calibre dos mesmos e determinar hipofluxo em orgãos distais.
Veja esta imagem abaixo.



Tomografia plano axial, onde observamos a artéria mesentérica superior (seta amarela) emergindo a partir da luz verdadeira sem evidências de estenose.
Seta azul - luz falsa
Seta vermelha - lâmina de dissecção

2 de novembro de 2010

PATOLOGIAS VASCULARES AGUDAS

Recentemente, foi publicado um artigo na Radiographics (Hyperattenuating Signs at Unenhanced CT Indicating Acute Vascular Disease) que aborda os sinais gerados pelo relativo aumento da concentração de hemoglobina e a desidratação do coágulo nas patologia vasculares agudas na maioria dos territórios vasculares do corpo humano.

Demonstramos abaixo imagens de tomografia computadorizada em um destes territórios.
Paciente do sexo masculino com quadro de hemiparesia à direita de início súbito.



Tomografia, plano axial com o sinal da artéria cerebral média hiperdensa (seta vermelha)



Tomografia, plano axial com o sinal do ponto hiperdenso (dot sign) na projeção da artéria cerebral média (seta vermelha)



Tomografia, plano axial demonstrando a perda do contorno habitual da ínsula - Insular Ribbon Sign (setas vermelhas)



Tomografia, plano axial 4 dias após o início dos sintoma, observamos extensa hipoatenuação com efeito de massa nos territórios das artérias cerebral média e anterior à esquerda.



Tomografia, plano axial 4 dias após o início dos sintoma, observamos extensa hipoatenuação com efeito de massa nos territórios das artérias cerebral média e anterior à esquerda.
Área azul - território da artéria cerebral anterior esquerda.
Área vermelha - território da artéria cerebral média esquerda.

FRATURA DO OSSO TEMPORAL COM PNEUMOLABIRINTO E LUXAÇÃO INCUDOMALEOLAR

TC Axial e Coronal Janela de CAI. As setas indicam a linha de fratura oblíqua que se estende desde a porção posteroinferior da mastóide até as lâminas pterigóides do osso esfenóide homolateral. Note que as células da mastóide encontram-se parcialmente obliteradas por material com densidade de partes moles de natureza inespecífica (possivelmente sangue).

TC Multiplanar Janela de CAI. As setas indicam a presença de gás no interior do labirinto. Note o interior do labirinto com densidade heterogênea na dependência de componente com densidade de gás e material isodenso. Este aspecto de imagem configura pneumolabirinto: complicação pós-trauma do osso temporal.

TC Multiplanar Janela de CAI. Além do Pneumolabirinto, evidenciado na foto anterior, registra-se outra complicação do trauma de osso temporal: luxação da articulação incudomaleolar. A seta amarela indica presença de "gap" entre as cabeças do martelo e da bigorna, onde deveriam exisitir superfícies articulares em íntimo contato. A seta branca indica a cabeça da bigorna, enquanto a cabeça do martelo encontra-se desviada medialmente (seta pontilhada).