22 de agosto de 2010

Diagnóstico à "flor da pele"


Paciente masculino, 37anos, casado, cursando com febre, dor muscular, mal estar e lesões em pele há 02 semanas. Refere viagem ao Tocantins nos últimos 30 dias. Na admissão encontrava-se em regular estado geral, apresentava monilíase oral , pápulas eritematosas disseminadas, dispnéia, teste rápido para HIV +, LDH elevada, leucocitose e aumento de transaminases. Foi introduzido tratamento para Pneumocistose, solicitado biópsia de pele, tomografia de tórax e mielograma.




Figura 1a, b. a Pápulas eritematosas difusamente distribuídas em tronco e membros superiores em b.


Figura2a, b. a. Tomografia de tórax, corte axial no nível dos campos pulmonares superiores evidenciam micronódulos com distribuição randômica, que também podem ser observados na reformatação coronal em b.


A piora do quadro clínico do paciente associados aos achados de tomografia, modificaram a conduta terapêutica, introduzindo tratamento para Tuberculose Pulmonar e para Histoplasmose com Anfotericina Lipossomal . O paciente não apresentou evolução favorável, evoluindo com insuficiência renal, hepatite transinfecciosa , coagulação intravascular disseminada e óbito.
O paciente teve Diagnóstico de Histoplasmose disseminada, que é uma forma de apresentação da Histoplasmose, que acomete indivíduos imunocomprometidos, sendo a infecção pelo HIV o principal fator de risco.
Pacientes com esta forma da doença apresentam lesões em pele, insuficiência respiratória, renal e hepática, coagulação intra-vascular disseminda e choque.
A radiografia de tórax pode ser normal em 50% dos pacientes. A tomografia computadorizada neste pacientes evidencia pequenos nódulos, medindo entre 3 e 5mm, com margens mal definidas, com distribuição randômica, caracterizando padrão miliar.
As lesões de pele e os achados na TC de tórax foram imprescindíveis para a elucidação diagnóstica, sustentados pelos resultados do Mielograma e da biópsia de pele.





8 de agosto de 2010

MAY-THURNER

A síndrome da compressão da veia ilíaca é uma entidade clínica de difícil diagnóstico e na maior partes dos casos é um diagnóstico de exclusão, consiste no efeito compressivo de uma das artérias ilíacas sobre a veia ilíaca esquerda. A redução do calibre vascular determina alteração da dinâmica do fluxo venoso, gerando sintomas relacionados, com destaque para eventos de Trombose Venosa Profunda.

Apresentamos uma paciente do sexo feminino, 32 anos, com passado de dois episódios de trombose venosa profunda no membro inferior esquerdo.


Tomografia, plano axial - Artéria Ilíaca Esquerda (seta vermelha), Veia Ilíaca Comum Esquerda (seta amarela), observe a redução do calibre da veia ilíaca comum esquerda. Neste ponto, lembramos que este achado é comumente observado na prática radiológica, devendo-se sempre, correlacionar com outros sintomas que tornem o diagnóstico possível.


Reconstrução multiplanar com melhor caracterização da redução do calibre da veia ilíaca comum esquerda. Artéria Ilíaca Comum Esquerda (seta amarela), Veia Ilíaca Comum Esquerda (seta vermelha).


MPR curvo. A veia ilíaca comum esquerda (seta amarela) está situada entre as margens ósseas dos corpos vertebrais de L4 e L5 (setas azuis) e a artéria ilíaca comum esquerda (seta vermelha).