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1 de janeiro de 2010

OSTEOMA GIGANTE

Axial Janela de Partes Moles. Volumosa lesão óssea de aspecto lobulado que ocupa parte da cavidade orbitária direita. O músculo reto medial encontra-se quase que totalmente circundado pela lesão (Seta longa). A seta pequena indica a topografia da fissura frontoetmoidal, local de maior incidência de osteomas.
Coronal Janela de Partes Moles e Janela Óssea. No lado normal (esquerdo) é possível identificar sem dificuldade os quatro músculos retos da órbita e o nervo ótico. Note que a lesão promove deslocamento inferolateral do nervo ótico e que as células etmoidais encontram-se normoaeradas.
Axial janela Óssea (De baixo para cima). Note o aspecto benigno da lesão que circunda o músculo reto medial (Seta pontilhada), este encontra-se pouco comprimido. Detalhe importante é que a lesão promove remodelamento ósseo da lâmina papirácea sem contudo envolvimento da mesma ou das células etmoidais adjacentes (Seta curta). Na imagem mais superior, vê-se o sítio de implantação no terço posterior do teto orbitário, na topografia do osso frontal adjacente à fissura frontoetmoidal e acima do canal do nervo ótico (Seta longa).

Sagital MPR Janela Óssea e VRT. Note o sítio de implantação da lesão no teto orbitário á partir da cortical do osso frontal (Seta Pontilhada).
VRT. Note o aspecto de hiperdensidade da lesão (Seta) que indica matriz de osso compacto. A seta curta determina a base de implantação da lesão.

Osteoma Gigante com invasão orbitária em um paciente da quinta década, sexo masculino e com história de dor ocular nos últimos 10 anos que se iniciou após trauma. Os sintomas vem piorando paulatinamente, com redução do campo visual temporal e limitação à mobilização do globo ocular, notadamente no movimento lateral, onde o paciente refere dor.

Este é um daqueles casos que demoram muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito para aparecer. Porque? Porque além de ser um osteoma gigante (coisa incomum) que invade a cavidade orbitária (mais incomum ainda), ele tem como aspecto muito muito pouco usual o fato de não exisitir nenhum envolvimento de seios paranasais. Este é um osteoma com crescimento completamente exofítico em relação aos seios paranasais. Raro.

Obs: Como ainda não foi realizada cirurgia, este é um diagnóstico presuntivo com base na história clínica e nos achados de imagem. Pretendemos realizar o segmento do caso.




Para uma boa revisão...

http://www.abonet.com.br/abo/706/1024-1028.pdf
Osteoma do etmóide com invasão orbitária: relato de três casos e revisão da literatura

Clodomir Salgueiro Cordeiro de Carvalho1
Silvana Artioli Schellini2
José Vicente Tagliarini3
Vitor Nakajima4
Maria Aparecida Domingues5


Arq Bras Oftalmol. 2007;70(6):1024-8


INTRODUÇÃO

Osteomas são tumores benignos raros, lesões ósseas encapsuladas de
crescimento lento e ilimitado, etiologia desconhecida, podendo estar associados
a traumas prévios (5 a 29%); afetam mais comumente o nariz e os
seios paranasais, sendo mais comuns nos seios frontal (57%) e etmóide e
acometendo mais raramente os seios esfenoidal e maxilar(1-4).
Ocorre mais no sexo masculino 2:1 - 3,75:1, com incidência variável
de 0,01 a 3%(5-6), ocorrendo mais na terceira e quarta décadas de vida
(média= 38,4 anos)(3), ou quinta e sexta décadas(3,5,7-10).
A dor é o sintoma mais freqüente, geralmente localizada na face (70%)
ou região frontal, surgindo após 6 meses a 3 anos de crescimento tumoral.
Parece que o osteoma se desenvolve sobre a junção do osso frontal, de
origem membranosa e do osso etmoidal, de origem endocondral. Entretanto,
a etiologia embrionária como causa isolada dos osteomas do seio frontal
é pouco provável, uma vez que a localização destes tumores na junção
destes ossos é encontrada em apenas 10% a 20% dos pacientes(5).
Além da etiologia traumática e embrionária admite-se a teoria genética
e infecciosa. Na teoria genética existe a possibilidade de participação de
um padrão de penetrância, expressividade e dominância desconhecidos
pela ocorrência de osteomas múltiplos na síndrome autossômica dominante
de Gardner, na comunidade Mórmon de Utah(11-12).
A etilogia infecciosa é discutida devido a 30% dos pacientes com
osteoma apresentarem infecção sinusal. Entretanto, alterações infecciosas
crônicas da mucosa como causa do osteoma são altamente questionáveis,
podendo ser conseqüência do osteoma e não sua causa(10-11,13).
A invasão orbitária é relativamente incomum, ocorrendo em 0,9% a
5,1% dos casos(5,7-16). Quando invadem a região da fossa lacrimal, podem
simular ou evoluir com quadro de obstrução das vias lacrimais, condição
que é pouco freqüente(17).