31 de outubro de 2009

COLESTEATOMA DA PARS FLÁCIDA COM FÍSTULA LABIRÍNTICA

Coronal Anterior (Cóclea) Janela de CAI. Material com densidade de partes moles ocupando quase toda a orelha média, com aparente erosão da cadeia ossicular e erosão do scutum (seta), sugerindo lesão colesteatomatosa da Pars Flácida.


Coronal Média (Vestíbulo) Janela de CAI. Além do preenchimento da orelha média e da erosão da cadeia ossicular, evidencia-se falha óssea da parede do canal semicircular lateral com solução de continuidade entre a orelha média e o interior do labirinto (seta).


Coronal Anterior (Cóclea) Janela de CAI. Evidencia-se "falha de continuidade do Tégmen Timpanico". Na verdade essa imagem corresponde ao Hiato Facial do Gânglio Geniculado. Pitfall que não deve ser confundido com erosão óssea do Tégmen, principalmente nas aquisições volumétricas de 0,6 mm de um Multislice. Note que essa falsa erosão do Tégmen é vista na primeira imagem do post. CUIDADO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Coronal Média (Vestíbulo) MiniIP Invertido. Na imagem do lado esquerdo observa-se a a parede do canal semicircular lateral íntegra. Na imagem do lado direito nota-se a falha óssea que caracteriza a Fístula Labiríntica, complicação de colesteatoma.

30 de outubro de 2009

MDCT E ESTENOSE DA JUP (JUNCÃO URETEROPIELICA)

Paciente do sexo feminino, jovem, fez ultrassonografia do aparelho urinário que evidenciou pequena / moderada dilatação do sistema coletor proximal do rim esquerdo. Queixa de dor no flanco esquerdo de pequena intensidade.

Encaminhada ao nosso Serviço, realizamos tomografia do aparelho urinário sem contraste e complementamos com a utilização do meio de contraste (fase excretora).
Individualizamos moderada ectasia do sistema coletor proximal do rim esquerdo, restrita a pelve. A paciente apresentava uma artéria polar (polo inferior do rim esquerdo), no entanto a mesma não apresentava contato com a JUP.


Tomografia, plano axial, onde observamos dilatação da pelve renal esquerda na dependência de espessamento parietal focal da junção ureteropiélica.

Reformatação multiplanar curva com caracterização excepcional do espessamento parietal anteriormente descrito.

A mesma reformatação em um plano diferente.


Reconstrução volumétrica. A imagem "fala" por si só!

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE OROFARINGE COM EXTENSÃO TUMORAL E LINFONODOMEGALIA

Axial. Lesão tumoral de captação heterogêneo na topografia da tonsila palatina da orofaringe à direita (seta)


Axial ao nível do arco mandibular. Extensão anterior da tumoração para o assoalho da boca (setas)


Axial ao nível do topo da porção livre da epiglote. Extensão posterior da lesão para a parede lateral e posterior da orofaringe, bem como para a base da língua cruzando a linha média (seta). Note que as valéculas estão quase que totalmente obliteradas pela lesão e que o topo da epiglote encontra-se também envolvido.


Axial na altura do osso hióide. Extensão lateral da lesão com invasão da gordura parafaríngea. Note a presença de linfonodomegalia de limites mal definidos à direita (seta branca). A glândula submandibular direita encontra-se deslocada para baixo e para fora pelo processo expansivo (seta vermelha). A lesão acomente grande parte da lateral lateral (seta amarela) e posterior (seta pontilhada) da hipofaringe.

Axial na altura da cartilagem tireóide da laringe. Extensão tumoral ao longo da gordura perilaringea com envolvimento da comissura anterior à esquerda (seta) e base da prega ariepiglótica esquerda na imagem do lado direito (seta longa). Note a extensão da lesão além dos limites da cartilagem tireóide (seta curta). Carcinoma de Células Escamosas em paciente do sexo masculino de 40 anos.

27 de outubro de 2009

LEMBRAM DAQUELE ESCANOGRAMA DE TORAX? LINFOMA NÃO HODGKIN CELS B DE ALTO GRAU

Lesão que envolve a região extratoracica com erosão esternal e extenso envolvimento mediastinal. Note que também existe lesão paravertebral direita com invasão do canal raquiano.


Só para ratificar, não havia alteração do parênquima pulmonar bilateralmente.

Depois de dias sem dormir, alguns colegas vão finalmente matar a curiosidade de saber qual o diagnóstico deste caso. Pois bem, trata-se de um linfoma Não-Hodgkin de Células B de Alto Grau.

24 de outubro de 2009

NÃO ADIANTA DESAFIAR LAPLACE!


Masculino, Idoso, dor torácica súbita durante o banho.
Tomografia plano axial ao nível do arco aórtico. Aquisição pré-contraste.
Em nossa rotina para angiotomografia de emergência fazemos uma aquisição pré-contraste com baixa dose de radiação para podermos avaliar melhor trombos recentes. Observe o adensamento dos planos adiposos peri-aórticos discretamente hiperdensos quando comparados ao conteúdo intra-aórtico, fornecendo indícios de rotura e trombo recente.


Ainda na fase pré-contraste observamos nível espontaneamente hiperdenso no derrame pleural fornecendo indícios de hemotórax.

Fase com contraste, onde observamos irregularidade focal na porção mais externa do aneurisma sacular da aorta torácica ascendente compatível com o ponto de rotura.
MIP (Maximum Intensity Projection) espesso, sagital, onde podemos observar a presença de outros 3 aneurismas, um na aorta descendente e outros dois na aorta abdominal.

VRT, reconstrução volumétrica. Note a pequena saliência no aneurisma sacular, descrita anteriormente.
Conforme o título do post, não adianta desafiar a lei de Laplace: a tensão é proporcional ao produto da pressão pelo raio (quanto mais dilata, maior é a tensão e maior é o risco de rotura).

23 de outubro de 2009

DISPLASIA ÓSSEA COM EXOFTALMIA UNILATERAL E ATROFIA DOS MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO

Coronal janela Óssea. Espessamento difuso com aspecto esclerótico grosseiro das estruturas ósseas focalizadas. Destaque para assimetria determinada pelo maior espessamento da asa maior do esfenoide do lado esquerdo, condicionando marcado afilamento da fissura orbitária inferior homolateral (Abertura entre a asa maior do esfenoide e a maxila). Coexiste ausência da parede ântero-lateral do seio maxilar esquerdo.

Axial Janela de Partes Moles. Além do aspecto displásico dos óssos, destaca-se a atrofia dos músculos da mastigação do lado esquerdo.

Coronal Janela de Partes Moles. Lipossubstituição dos músculos da mastigação do lado esquerdo. Tal achado pode estar relacionado à denervação crônica do trigêmeo.

Axial Janela Óssea. Aspecto displásico osteoesclerótico difuso dos óssos visibilizados, com afilmaneto dos forâmes cranianos. Destaque para hiperostose cortical focal que exerce efeito de massa no terço posterior da orbita esquerda. Note também a parede lateral da órbita deste mesmo lado mais espessada que o lado oposto à custa de maior envolvimento displásico da asa maior do esfenoide. Tais alterações respondem pela exoftalmia unilateral e pelo acentuado afilamento da fissura orbitária inferior. O forâme oval também encontra-se envolvido bilateralmente.

VRT. Em comparação com o lado direito, evidencia-se área focal de hiperostose no terço posterior da órbita esquerda, determinando exoftlamia unilateral. A paciente de 42 anos que relacionava deformidade facial à trauma de longa data, não tinha conhecimento de sua condição clínica e realizou estudo tomográfico por conta de "fratura após estração dentária".
Displasia óssea pouco mais acentuada do lado esquerdo.

16 de outubro de 2009

TEM UM 64 AÍ?



Tomografia com contraste endovenoso (a pedido do médico assistente), PLANO CORONAL, observamos imagens arredondadas, hipodensas, com discreto realce medindo cerca de 1,5 a 2,0 cm de diâmetro na fossa ilíaca direita. Ah, esqueci da clínica, masculino, 21 anos com dor abdominal constante na fossa ilíaca direita. Apendicite?



Tomografia, plano coronal, ligeiramente oblíquo, onde observamos o apêndice normal, sem evidências de adensamento da gordura circunjacente.


Plano Coronal ligeiramente mais espesso, onde observamos os linfonodos com discreto aumento das dimensões e o apêndice normal ao mesmo tempo. Diagnóstico mais provável: LINFADENITE MESENTERICA.

Sim, nós temos um 64!

9 de outubro de 2009

AMELOBLASTOMA


Sagital MPR Janela Óssea. Lesão hipodensa, multilocular e insuflante com aspecto em favo-de-mel, na presença de finas septações ósseas de permeio no arco mandibular à direita da linha média.


Axial Janela de Partes Moles. Note o aspecto insuflante da lesão, com discretas áreas de esclerose óssea e sem sinal de reação periosteal. Apesar de frequente nesta entidade clínica, não foi evidenciado invasão inequívoca das partes moles adjacentes, a despeito de marcado afilamento e áreas focais sugestivas de ruptura da cortical.


Axial Janela Óssea. Note o deslocamento das raízes dentárias adjacentes à lesão expansiva (Canino e primeiro molar à direita). Aspecto frequentemente visto neste tipo de tumor. Foi realizado RM de face e estudo patológico. Ameloblastoma multilocular em paciente de 60 anos, do sexo feminino e sem queixas.

6 de outubro de 2009

Endovascular Abdominal Aortic Aneurysm Repair: Nonenhanced Volumetric CT for Follow-up

Endovascular Abdominal Aortic Aneurysm Repair: Nonenhanced Volumetric CT for Follow-up1

  1. Thorsten A. Bley, MD2,
  2. Peter J. Chase, MD,
  3. Scott B. Reeder, MD, PhD,
  4. Christopher J. François, MD,
  5. Kazuhiko Shinki, MS,
  6. Girma Tefera, MD,
  7. Frank N. Ranallo, PhD,
  8. Thomas M. Grist, MD and
  9. Myron Pozniak, MD

+ Author Affiliations

  1. 1From the Departments of Radiology (T.A.B., P.C., S.B.R., C.J.F., F.R., T.M.G., M.P.), Statistics (K.S.), and Vascular Surgery (G.T.), University of Wisconsin–Madison, 600 Highland Ave, Madison, WI 53792. From the 2006 RSNA Annual Meeting.
  1. Address correspondence to
    M.P. (e-mail: mpozniak@uwhealth.org).
  • 2 Current address: Department of Diagnostic and Interventional Radiology, University Medical Center Hamburg-Eppendorf, Hamburg, Germany.

  1. Author contributions: Guarantors of integrity of entire study, T.A.B., M.P.; study concepts/study design or data acquisition or data analysis/interpretation, all authors; manuscript drafting or manuscript revision for important intellectual content, all authors; manuscript final version approval, all authors; literature research, T.A.B., P.C., S.B.R., F.R., M.P.; clinical studies, S.B.R., G.T., M.P.; statistical analysis, S.B.R., K.S., M.P.; and manuscript editing, T.A.B., S.B.R., C.J.F., G.T., F.R., M.P.

Abstract

Purpose: To evaluate the clinical usefulness of volumetric analysis at nonenhanced computed tomography (CT) as the sole method with which to follow up endovascular abdominal aortic aneurysm repair (EVAR) and to identify endoleaks causing more than 2% volumetric increase from the previous volume determination.

Materials and Methods: The study had institutional review board approval. Images were reviewed retrospectively in a HIPAA-compliant manner for 230 CT studies in 70 patients (11 women, 59 men; mean age, 74 years) who underwent EVAR. The scannning protocol consisted of three steps: (a) contrast material–enhanced CT angiography before endovascular stent placement, (b) contrast-enhanced CT angiography 0–3 months after repair to depict immediate complications, and (c) nonenhanced CT at 3, 6, and 12 months after repair. At each follow-up visit, immediate aortic volume analysis was performed. If the interval volumetric change was 2% or less, no further imaging was performed. If the volume increased by more than 2% on the nonenhanced CT image, contrast-enhanced CT angiography was performed immediately to identify the suspected endoleak. Confidence intervals (CIs) were obtained by using bootstrapping to account for repeated measurements in the same patients.

Results: Mean volume decrease was −3.2% (95% CI: −4.7%, −1.9%) in intervals without occurrence of a clinically relevant endoleak (n = 183). Types I and III high-pressure endoleaks (n = 10) showed a 10.0% (95% CI: 5.0%, 18.2%) interval volumetric increase. Type II low-pressure endoleaks (n = 37) showed a 5.4% (95% CI: 4.6%, 6.2%) interval volumetric increase. Endoleaks associated with minimal aortic volume increase of less than 2% did not require any intervention. This protocol reduced radiation exposure by approximately 57%–82% in an average-sized patient.

Conclusion: Serial volumetric analysis of aortic aneurysm with nonenhanced CT serves as an adequate screening test for endoleak, causing volumetric increase of more than 2% from the volume seen at the previous examination.

© RSNA, 2009


Artigo interessante, será que essa prática pega?

1 de outubro de 2009

TUMOR DE HIPOFARINGE E ESÔFAGO PROXIMAL

MPR Sagital. Lesão expansiva, captante, de aspecto infiltrativo, que envolve a hipofaringe com extensão caudal para o esôfago proximal na altura do manúbrio.


MPR Coronal. Lesão expansiva que envolve hipofaringe e esôfago proximal. Note a invasão da base das pregas ariepiglóticas na extremidade superior do tumor.


Axial. Invasão da base das pregas ariepiglóticas.

Axial. Corte efetuado logo acima do manúbrio, que evidencia continuidade da lesão de aspecto expansivo no esôfago proximal. Note a indefinição da gordura perivisceral, que sugere invasão local do plano gorduroso adjacente na topografia do sulco traqueoesofágico direito. Não foi evidenciado entretanto, sinal de paralisia da prega vocal homolateral.


Axial. Corte efetuado na altura da orofaringe. No lado direito, observa-se linfonodo retrofaríngeo lateral (de Rouvière) aumentado e com centro hipodenso, podendo corresponder a necrose central, deposição de queratina ou cistificação do linfonodo. Também foram registradas linfonodomegalias nas cadeias IIA e III à esquerda. Tal padrão de disseminação linfática sugere a hipofaringe como sítio primário da lesão.